quinta-feira, 29 de março de 2012

''UM POUCO DE CHUVA,E BEIJOS''



Quando cheguei perto de serra negra
vi DINHA LOVE, tecendo um cocar
verde com pequenos pedacinhos azul
estacionei minha bike perto de um bar
e corri para os braços da filha do açougueiro
que com seus braços congelados mim abraçou
como quem pega uma bisteca de rã ou uma 
vitela de carneiro.
eu senti toda dor do mundo
eu corri perigo em vão
eles estão dançando como se o mundo não 
fosse redondo,e suas mãos fortes não para
de mim apertar.
eu não sou parafuso,meus dedos já não
são os mesmos
eu canto sua canção, mas por favor
não deixe me aqui sozinho
perto dessa montanha tão linda 
e sem ninguém para abraçar
mesmo que seja tão forte que eu não 
possa sequer respirar.
eu escrevi um verso para TATY mas tive 
vergonha de publicá lo no blog de CÉLIO
e MIGUEL mim disse que eu tinha que se soltar 
para deixar o poeta dentro de mim flui
mas suas mãos são forte de mais
e minhas forças são limitadíssima
eu peço ao céus para essa montanha desabar 
em mim e que sua terra mim leve
para o rio tamisa assim quem sabe mim saciar.
me coloque de volta eu quero outra vez sentir teu aperto
e tocar meu banjo se 40 cordas,e gritar que isso é blues cadaverico
e não rock rool como estar escrito na minha camisa
me coloque perto do sol e diga que eu não sou
seu poeta favorito
que como todos voce prefere MALUNGO ou LARA

que eu não sei fazer amor e não sei falar de amor
que não sei o que significa amor.
bem eu não vou para a igreja nem aos domingos
mas eu fiz um chocolate com o rosto de jesus
na cooperativa da igreja,financiada com a grana
dos salesianos,ou era nosso o dinheiro
enfim eu tenho um pouco de fé
talvez até um pouco mais
só não me ajoelho aos domingos.




e minhas forças são limitadíssima
para deixar o poeta dentro de mim flui
as únicas coisas que consigo expressar
são as rugas que com a idade vem depressa

segunda-feira, 19 de março de 2012

''SE O ÕNIBUS NÃO ATRASAR AS 12 HS CHEGO

-'''Á CÉLIO''

célio chegou de bezerros atravessou a Br
e tomou um pinga barata com schinca gelada
as 13 hs ligou para miguel para falar de nietzche
e goethe,bateram um longo papo virtual
e não chegaram a lugar algum
sobre coisas nenhuma
a vida é fácil,o coração pode parar ali no beco
hoje eu posso comer uma garota cor de rosa
e isso não precisa ser seu segredo
porra mudada de assunto do caralho
chico science  é um pé no saco
quando não se estar embriagado
na rua da moeda as 02 hs da manhã
sempre que mim disperso de antonio
fico com a sensação de ficou faltando
 alguma canção,e que nunca mas vou escuta la
mas é só sisma de minha parte
brega é punk.eu vou tomar uma atidude
e parar de beber whisky na garrafa de cerveja
que se fodam os candidatos a prefeitos
e os pastores também
,ontem eu passei o dia inteiro
ouvindo lou reed,e mim senti apenas um presente 
para as mulheres deste  mundo
mas acordei e enfiei o pé no orinó
não lavei a cara e corri pro bar
enchi a cara de cerveja barata em copos sujos
um dia desse eu vou tomar outra atitude
e vou economizar uma grana para 
comprar uma panela moderna e que 
não precise ser lavada todos os dias
eu não consigo escutar jorge vercillo
principalmente quando estou na estrada 
perto de bezerros,e estar chegando a casa
dos meus amores.
eu vou pela sombra e pelo sol
pensando em vocÊ e em mim
espero que esse curso nunca termine 
e que possa ver teus olhos todos dias 
antes que freud foda com minha cabeça
eu tenho outra cabeça que precisa
ser bem usada e não quero economia
de tempo,tenho que usa la hoje a noite
se eu pudesse ser alguém eu seria 
vocÊ dez anos mas novo
bem vocÊ sabe oque acontece quando se envelhece.

-plebe poetica - 

quarta-feira, 14 de março de 2012

O Hospício Particular de Oswaldo Montenegro


 

Com diagnóstico de retardo mental - dado por oito psicólogos -, o artista cria um apartamento surreal para não enlouquecer de verdade

Eliane Lobato
chamada_montenegro.jpg
PINCEL E VIOLÃO 
Oswaldo Montenegro em seu apartamento no Leblon: levou seis anos para pintar, mas o tédio continua
Entrar no apartamento do cantor e compositor Oswaldo Montenegro, no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, é como cair dentro de um quadro expressionista abstrato. Tintas coloridas parecem deslizar pelas paredes, pelo teto e chão, pelos móveis e até eletrodomésticos. “Pinto cantando, dançando, gritando, pulando”, diz o artista, que levou quase seis anos para gotejar todo o ambiente de cores. Por que fez isso? “Porque gosto do caos. Porque isso significa o desquite da realidade, da qual tenho pânico. Porque a vida fora da arte fica insuportável. E é minha única chance de não ir para o hospício.” Foi degustando uma taça de vinho e fumando uma cigarrilha que Oswaldo Montenegro mostrou seu curioso apartamento à ISTOÉ – com cadeiras, mesa, micro-ondas, violão, geladeira, cortinas, relógios, espelhos, etc. lanhados por tinta acrílica – e falou, com muita naturalidade, que não bate bem da cabeça. “Na verdade, eu sou retardado mental. Esse veredicto foi dado por uma junta de oito psicólogos. Sou considerado incapaz para algumas coisas e superdotado para outras, mas não tenho a camada intermediária. Não conheço o aprendizado.”
“Sou retardado mental. Sou considerado incapaz para algumas coisas e superdotado para outras”Oswaldo Montenegro, cantor e compositor
O diagnóstico, que a maioria das pessoas faria o possível para esconder, veio há muitos anos, ao tentar tirar uma carteira de motorista – o que jamais aconteceria. Autodidata na música, ele aprendeu a tocar diversos instrumentos sozinho, mas não consegue executar os procedimentos básicos de um computador. Mantém blog, Twitter e páginas em sites de relacionamento, porém escreve tudo à mão e a ex-mulher, a flautista Madalena Salles, é quem passa o material para a internet. Com 38 CDs gravados, 15 peças musicais e mais de 40 trilhas sonoras para tevê, cinema e balé, o cantor tem uma respeitável média anual de público de 300 mil pessoas. É amado e odiado: “Essa é a glória do artista. A crítica, porém, tem sido muito generosa comigo de três anos para cá. Venho até ganhando prêmios”. De fato, seu musical “Filhos do Brasil” foi contemplado este ano com as estatuetas de melhor espetáculo, direção, iluminação e trilha sonora no XVI Festival de Teatro do Rio. Carioca, 53 anos, ele mantém a mesma cabeleira farta e longa – hoje, bastante grisalha – de quando estourou com a música “Bandolins”, há exatas três décadas, ao ganhar o Festival de MPB da extinta TV Tupi e, ato contínuo, também vencer o Festival MPB Shell, da Rede Globo, com “Agonia”. Essas músicas, somadas a “Léo e Bia”, “Lua e Flor” e “Intuição”, são alguns de seus clássicos. Para comemorar os 30 anos de carreira, Oswaldo Montenegro lança o CD e o DVD “Quebra Cabeça Elétrico”, faz o mesmo com o musical “Filhos do Brasil” (com sua recém-criada Cia Mulungo) e também estreia como diretor e roteirista de cinema na adaptação de “Léo e Bia”.
“Eu gosto do caos. É a minha única chance de não ir para o hospício”Oswaldo Montenegro, cantor e compositor
O filme, com forte apelo jovem, se desenvolve na década de 70 e aguarda apenas investimento para distribuição. É estrelado por Paloma Duarte, com quem Montenegro foi casado por seis anos e de quem está separado há seis meses – nutre por ela enorme admiração. Embora afirme que não é mais apaixonado. “É uma imensa alegria e honra conviver com um ser humano como ela”, diz ele. Problema sério, para o cantor, é estar de férias. “É insuportável. Faço outras coisas, como pintar a casa, para não me jogar pela janela”, diz Montenegro, que mora no 17º andar. Certa vez, ele chegou a mudar de identidade na tentativa de afastar o tédio. Cortou o cabelo, raspou a barba, se reinventou como Sérgio Antunes (um sociólogo) e mudou para o Espírito Santo. Desistiu três meses depois: “Vi que sendo outro eu continuava sendo eu mesmo. Então, voltei.” Apesar de lotar sua biografia com tantas estranhezas, Oswaldo Montenegro é tranquilo, não usa drogas e vive cercado de afeto. O diagnóstico médico, que poderia tê-lo aniquilado, é ignorado: “Não tenho vaidade por ser superdotado e nem complexo por ser retardado.” Vive sem agonia.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Pesadelo Nº 22aBaia & Rockboys



Eu vou deixar o meu cabelo bater no calcanharE vou montado a cavalo pra BrasíliaVou jogar golfe no Planalto com meu PresidenteSerei retrato na capa da tua revistaE eu parecendo uma montanha de cabelos ambulanteSerei a moda na mais alta estaçãoNão adianta fugirNem tentar cortar seus cabelosPorque eu te vejo...Por aí neste verão
Vou sair nu de casa as quatro com minha bunda pintadaDe Hipoglós, cor de rosa e sabãoVou dar bom dia pras velhinhas nas calçadasE bolinhas coloridas da minha bunda sairãoE eu parecendo uma surrealista tela de DaliSerei a moda na mais alta estaçãoNão adianta fugirNem tentar quebrar os espelhosPorque eu te vejo...Por aí neste verão
Eu vou comprar uma ambulância com uma enfermeira carinhosaPra glicose na minha veia ela aplicarUm motorista responsável com os documentos pagosOrdenado a me levar de bar em barE eu parecendo uma pomba-gira dando goles de cachaçaSerei a moda na mais alta estaçãoNão adianta fugirNem tentar fazer parar o esqueletoPorque eu te vejo...Por aí neste verão
Eu vou comprar um macaquinho amestradoEnrolá-lo em meu pescoço e mandá-lo fingir de mortoVou passear pelos salões do Country ClubE pelas mesas irei dando a graça do meu arrotoE eu parecendo um ressurrecto das cavernas de outroraSerei a moda na mais alta estaçãoNão adianta fugirNem tentar ficar com o rosto vermelhoPorque eu te vejo...Por aí neste verão
Vou encarnar o Papa-Figo logo após sua conversãoAo cristianismo da Igreja UniversalTrajando o hábito de Cícero e o cocá do PatachóEu vou falar sobre o bem, o médio e o malE eu parecendo um índio pajé do Vale do PajeúSerei a moda na mais alta estaçãoNão adianta fugirNem tentar botar de lado os meus conselhosPorque eu te vejo...Por aí neste verão