MEXENDO NA SUA RADIOLA
“HELTON MOURA E O CAMBAIO – Maquete Sonora”.
Por Célio limA.
Acabo de receber a responsabilidade de falar nessa coluna sobre um disco que particularmente me conquistou logo na primeira audição. “HELTON MOURA E O CAMBAIO – Maquete Sonora”. Conheci essa figura espirituosa que é o Helton em um recital do projeto “Versos & Vícios”, organizado pelo poeta Eduardo Monga. Ocorrido no Bar da Margarida localizado na Várzea, onde o Helton deu as graças da sua participação. Lembro-me do poeta Macarrão passar a noite a rasgar sedas para ele. Tempos depois tive o acesso ao seu disco o qual discorrerei um pouco sobre o que captei do mesmo. Abre o cd a faixa “VALSA ESTREITA”. Parceria dos irmãos moura e que não poderia ter melhor escolha como abertura de um grande trabalho. Segue o soneto de Florbela Espanca adaptado pelo Helton na faixa “FRIEZA”, o que mostra a capacidade dele em musicar textos de outros autores e o trazer para o seu olhar contextual nordestino e isso é uma sagacidade encontrada nos artistas de Arcoverde. Isso segue na musicalização das faixas: “PÁLIDA À LUZ DA LÂMPADA”, “RASTRO ANTIGO”, e em “CANTO”, “O LAMENTO DO CONDE DA BOA VISTA”, de autoria própria ele mostra uma riqueza lírica que vem de heranças ancestrais. Dos que se encantavam pelo canto das sereias ou por puras historias cantadas pelas lavadeiras rudes e de cantar agreste eis a lembrança a que me fui arremessado por elas. A canção “RUBAIAT”, que se é uma poesia retirada do livro: “Geografia Íntima do Deserto” e que me fez lembrar-se de outro livro que eu lera na adolescência aonde o poeta do qual não me vem à memória o seu nome, exaltava a degustação de um bom vinho, a beleza de uma bela mulher e uma boa amizade como companhia. Versos como o do inicio da canção me fizera escutar-la por mais de duas horas consecutivas a mesma. Segue a faixa “COEVIACÁ”, “OLHO DE VIDRO (HUMANO)” que são de uma interessante produção sonora e da qual me lembra poemas cotidianos como o que os poetas recifenses sabem fazer tão bem. Ver “Miró da Muribeca” ou “Malungo”, por exemplo. Chegamos ao fim com a canção “PÓS-FICCIONAL”. Essa que deu origem além da turnê “PÓSIFICCIONAL” virou um estilo artístico onde varias cabeças interessantes e ligadas vem o construindo pelo chão das estradas e das veredas Brasileiras. E assim vai de gaiola em gaiola essa maquete sonora livre no ar e vinda da Matrix não mais um mero poeta mais um operário da música que se identifica assim pos-ficionalmente. É só escutar.
http://poetasdemarte.blogspot.com/search?q=helton+moura
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