quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Um dia de novembro

 

Cada salto,
Todo passo, e
Meus pés afundam
Neste barro,
Que sou.

Terra úmida,
Por onde transito,
Seca, virando minha pele.
Pele que já nem sinto.

Respiro os ares pobres,
De gases que me mantém vivo.
Do pó e morte sobrevivo.
Pois viver é só memória.

Escuto vida ao fundo,
São Outros, Sons outros,
Que tentam penetrar,
Nesta alma de areia,
Abastecida de água, é rocha;
Inflamada de sol, é pó que voa.

Canto os sons dos tempos.
Nado gritando silêncios.
Com rancor? Estaciono.
Cuido de meu jardim de maus-tratos.

Tenho asas,
Mas para que me servem?

Os dias chovem,
Aumenta o peso,
Que me prende ao chão.



-Franzé Matos


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