quarta-feira, 30 de junho de 2010

A MOSCA...

quarta-feira, 30 de junho de 2010
as moscas...
FELIZES NAO SAO OS PEIXES
FEL!ZES SAO AS MOSCAS
Q NASCEM, FODEM Y MORREM
EM APENAS 24 HORAS
MEU SENHOR. . .

ENQUANTO NOS M!SERAVE!S
SERES HUMANOS ,
PODEREMOS V!VER 100 OU MA!S
ANOS Q NUS SENT!REMOS A!NDA
!NCOMPLETOS Y NAO REAL!ZADOS SERES.

Y E POR !STO Y COM !STO
Q EU SOL A PORRA DA MOSCA
NA SUA MESA FARTA DE POES!A
EU SOL O POETA DOS ERROS
VERSOS VERSOS ESCRACHADOS. . .

SOL EU O POETA DOS VERSOS AGRAMAT!CA!S
Q TE !NCOMODA COM MEU LAB!AR
O TEU APREC!AR ACADEM!CO,
OH! POETA DO VERBO FELAPUT!STA SER.

SOL O POETA DAS MARGENS,
DAS L!NHAS AVEN!DAS Y DA ARQU!BANCADA
DA PURA POES!A . . .
SOL POETA MATUTO PARA O L!R!SMO
COM!CO-CARL!TO DOS CLOWS
DE SHAKESPEARE. . .

SOL EU O POETA DOS LAPÇOS,
LAB!OS CHE!OS DOS V!C!OS DE LINGUAGEM
OH! MEN!NA BA!LAR!NA.

EU SOL O POETA ANARCOMAN. . .
CARREGANDO COM M!NHA L!NGUA ,
M!NHA !NGUA ,
OU PRUMODE FALAR A M!NHA PROPR!A
L!NGUARQU!A !!!

SOL O POETA PENTELHO.
A LHE !NCOMODAR COM O ZUMB!ZAR
DA M!NHA !ND!GNAÇAO. . .

SOL O !MUNDO NU SUBMUNDO DA POES!A
UN!VERSAL, A PEDR!F!CAR O CHORO DOS
CONTENTES, ARROTANDO EM SUA SAGRADA MESA,
A PORNOXAXADA DO BR!O DA C!DADE BUNDA.

FEL!ZES SAO AS MOSCAS,
Q A!NDA CONCEGUEM POUSAR EM SUA SOPA
ENQUANTO NOS OS MORTA!S
COMEMOS,DORM!MOS,TREPAMOS Y NAO SA!RMOS
SEQUER DO LUGAR. . .

-ENQUANTO EU SEMPRE DO OUTRO LADO
APRENDENDO SEMPRE 1 POUCO DO MU!TO
Y DO POUCO A SER L O U C O .
SENDO O POETA DO VERBO AGRAMAT!CAL,
Q !NCOMODA CO MEU LAB!AR
O NECTAR DO TEU APREC!AR
OH! POETA, DO VERBO FELAPUT!STA SER !!!

-c.p.b.p.jr:( POETA-MATUTO-MARG!NAL !!! )
XXV/VI/MMX



"Qual o seu objetivo em filosofia?-Mostrar à mosca a saída do vidro".
(Ludwig Wittgenstein)
Postado por "V!VAPOES!A"

sexta-feira, 18 de junho de 2010

jose saramago janela da alma

MORRE SARAMAGO

Pensar, pensar
Junho 18, 2010 por Fundação José Saramago

Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma.

Revista do Expresso, Portugal (entrevista), 11 de Outubro de 2008

MADRI - O escritor português e Prêmio Nobel de Literatura José Saramago morreu nesta sexta-feira, 18, em sua casa em Lanzarote (Ilhas Canárias) aos 87 anos de idade.

O escritor faleceu às 13 horas locais (8 horas de Brasília), segundo sua esposa e tradutora, Pilar del Rio. Ainda de acordo com ela, Saramago havia passado uma noite tranquila e, depois de tomar café da manhã com a mulher, começou a passar mal e faleceu em pouco tempo.

O autor recebeu o prêmio máximo da Literatura em 1998. Segundo a premiação, Saramago "nos permitiu mais uma vez apreender uma realidade ilusória por meio de parábolas sustentadas pela imaginação, pela compaixão e pela ironia".

Autor de "O Evangelho segundo Jesus Cristo" e "Ensaio sobre a cegueira", Saramago vivia em Lanzarote desde 1993 com a jornalista espanhola. O escritor foi hospitalizado diversas vezes nos últimos anos, principalmente por conta de problemas respiratórios.

Veja também:

A trajetória literária de José Saramago

mais imagens Imagens do escritor

lista Visite o blog do escritor

link Compartilhe seu trecho favorito do Saramago

link ELDORADO: Ubiratan Brasil comenta a morte

link Luiz Zanin comenta a morte do escritor

link Entrevista ao 'Estado': 'Deus não existe fora da cabeça das pessoas'

link Leia texto do escritor sobre o terremoto no Haiti

link Perfil do escritor na página do Prêmio Nobel



José Saramago nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, no dia 16 de Novembro de 1922, embora o registro oficial seja do dia 18. Seus pais foram a Lisboa antes dos três anos de idade do escritor. Fez estudos secundários que não pode continuar por dificuldades econômicas.


Em 1972 e 1973 fez parte da redação do Jornal “Diário de Lisboa”, onde foi comentarista político, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural da publicação. Entre abril e novembro de 1975 foi diretor-adjunto do "Diário de Notícias". Desde 1976, ele vivia exclusivamente do seu trabalho literário.

A popularidade internacional veio em 1982, com “Memorial do Convento”, prestígio que consolidou com obras como “A Balsa de Pedra” (1986), “A segunda vida de Francisco de Assis” (1987), “História do cerco de Lisboa” (1989) e o “Evangelho segundo Jesus Cristo” (1991).

Em 1993, pelo que dizia ser perseguição religiosa dado o tom polêmico de suas obras, que se chocaram com representantes da Igreja Católica e a proibição da publicação de seus romances em Portugal, Saramago fixou residência em Lanzarote (Ilhas Canárias, Espanha).

Ganhador do Prêmio Camões em 1995, Saramago iniciou no mesmo ano a publicação da trilogia formada por "Ensaio sobre a cegueira”, “Todos os nomes” e “Ensaio sobre a lucidez”. Em 2008, iniciou um blog, “El cuaderno” (o caderno) e no ano passado apresentou seu último romance, “Caim”.



Lista das obras do autor

Terra do Pecado, 1947
Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento, 1982
O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
A Jangada de Pedra, 1986
História do Cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio Sobre a Cegueira, 1995
Todos os Nomes, 1997
A Caverna, 2000
O Homem Duplicado, 2002
Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
As Intermitências da Morte, 2005
A Viagem do Elefante, 2008
Caim, 2009

Assista a vídeo da TV Estadão com o escritor

Assista à entrevista do escritor no filme 'Janela da Alma'

'Despedidas breves'



O escritor português José Saramago afirmou na despedida de seu blog em setembro de 2009 que "é conveniente que as despedidas sempre sejam breves". "Adeus, portanto. Até outro dia? Sinceramente, não acho", escreveu na ocasião. lista Leia a íntegra do texto no blog 'O Caderno de Saramago'

(Com informações da agência Efe)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

o reverendo : MARCELO NOVA

ENTREVISTA MARCELO NOVA: “DETESTO COVER… COVER DE MIM MESMO PIOR AINDA”!
26 05 2010

Existem quatro homens na história da humanidade que são minha principal referência: três deles já morreram – Elvis Presley, John Lennon e John Stith Pemberton (inventor da maravilha chamada Coca Cola) – enquanto um está vivo, bem e continua detonando: Marcelo Nova.

Já havia conversado com o homem um par de vezes anteriormente – sempre por causa da minha profissão – mas desta vez foi especial, porque não haveriam editores para mutilar meu texto, nem uma pauta burocrática. O bate papo em questão foi para o IMPRENSA ROCKER, o que significava liberdade total no desenvolvimento do texto.

Marcelo Nova dispensa introduções para os que conhecem Rock n’ Roll. Munido de uma enorme paixão por sua arte e dotado de um raro talento para a escrita, Marceleza saiu de Salvador, sua terra natal, e foi tocar sua trombeta dos infernos em todo o Brasil, junto com seus comparsas do Camisa de Vênus.

Em 1987, já “descamisado”, deu início a uma carreira solo de valor artístico incalculável – fato que nunca foi entendido pelos cartolas da indústria musical – incomodando muita gente, esculhambando outros tantos, derramando água no chopp da mediocridade e, como um Zagallo do Rock n’ Roll, bradando insistentemente: “vocês vão ter que me engolir”!

Nesta entrevista, Marcelo fala sobre o Camisa de Vênus, carreira solo, Raul Seixas, Aldo Machado, trabalho novo e ainda manda boa sorte aos ex-companheiros que resolveram reativar o Camisa com um novo vocalista.

Com vocês, Marcelo Nova!

Imprensa Rocker: Em 1980, com quase 30 anos você formou o Camisa. Por que tão tarde, Marcelo? Pergunto isso porque o usual é a pessoa resolver montar uma banda quando é mais novo, com uns 14 ou 15 anos. Por que só com 30 anos você decidiu montar o Camisa?

Marcelo Nova: Eu tinha um acervo em casa muito grande de música. Música para mim sempre foi uma paixão primordial, e eu ouvia música diariamente. Não me interessava por futebol, praia ou clube. Eu gostava era de música. Então, se eu tivesse meus discos e minha vitrolinha no quarto, já estava satisfeito.

Isto foi servindo como uma espécie de alimento que eu ia colocando no meu alforje para usar depois. Eu não sabia exatamente quando, evidentemente, pois eu morava em Salvador, uma terra estranha para este tipo de manifestação musical, mas eu ficava esperando o momento, tentando identificar onde eu poderia ser bom no que eu queria fazer. Eu comecei a trabalhar em rádio, comecei a trabalhar com música, até que surgiu um negócio chamado Punk Rock, e eu percebi que se dava pra fazer daquele jeito eu poderia tentar, já que eu não tinha nenhuma experiência musical do ponto de vista virtuoso ou técnico.

Eu não sabia tocar instrumento nenhum. Eu sabia cantar todas as canções, tinha ótimas idéias ou boas idéias para fazer arranjos, tinha um certo domínio da língua inglesa pra entender o que as pessoas estavam falando – porque sempre me interessou mais o texto do que o solo de guitarra – e então, com o surgimento do Punk, eu percebi que poderia criar um mata borrão sonoro sobre o qual derramaria meus textos, entendeu?

Naquela época era muito difícil (ter uma banda de Rock n’ Roll na Bahia). Não dava para falar em termos de música, pois músico na Bahia nos anos 80, final dos anos 70, era muito voltado para uma coisa acadêmica, uma coisa que tivesse um fundo de MPB ou que tivesse raízes e relações com essa coisa regionalista, que não era exatamente o que eu gostaria de fazer. Então acabei juntando, meio por acaso, mais quatro pessoas que também não tinham experiência musical, e acabou que nós entramos pelas portas dos fundos.

Todo mundo queria fazer um som que fosse representativo do novo surgimento do Rock brasileiro, pra tocar em rádio e fazer parte do Programa do Chacrinha e do Globo de Ouro, enquanto na verdade o que eu queria mesmo era esculhambar com a Bahia. Minha intenção maior naquele momento era dizer: “já que os baluartes não se manifestam, eu acho que eu poderia me manifestar de uma maneira distinta dos demais”.

Nunca me interessou fazer parte de time que está ganhando. As pessoas só querem jogar no time que está ganhando. Eu não tenho nenhuma vontade de jogar em time que está ganhando: eu gosto de jogar pelo amor ao jogo. Eu gosto de botar a bola por entre as pernas do zagueiro e fazer um gol de letra. Não me interessa se é no Estrelinha de Pirapora ou no Real Madrid. Até prefiro que seja no Estrelinha de Pirapora, porque eu dou vazão ao meu espírito anárquico. Jogar em time que está ganhando é muito chato. É muito fácil e é muito chato!

IR: Antes do Camisa, você morou alguns meses em Nova Iorque. Esta experiência foi útil à sua carreira como músico?

MN: Muito. Foi quando eu voltei de lá que percebi que dava pra pegar um amplificador vagabundo, uma bateria tosca e sair tocando. Alguns dos amigos que fiz lá trabalhavam durante o dia e se reuniam a noite em garagens, bares, qualquer buraco, pra tocar. Eu tinha uma idéia em Salvador, naquela época, de que para montar uma banda precisava um Led Zeppelin. E onde é que eu iria arrumar um Jimmy Page? Onde iria arrumar um Jeff Beck? Onde iria arrumar um Ian Paice para segurara a bateria?

Então ficava aquela coisa vaga, e foi quando eu percebi que o que eu queria fazer era escrever sobre o que observava naquele momento, naquela cena desbotada da musica na Bahia, uma cena voltada apenas para o folclore, para o lugar comum da água de côco e do acarajé. Eu não tinha muita noção, evidentemente, mas queria encontrar meu caminho, e sabia que meu caminho tinha que passar pelo Sex Pistols, por Bob Dylan, pelo Clash, por Raul Seixas, Adelino Moreira, Nelson Gonçalves, Jards Macalé, enfim, uma série de artistas, independentemente da nacionalidade, que eu tinha ouvido durante a minha existência e que tinha apreciado de alguma maneira. Eu tenho uma admiração e um respeito muito grande por todos estes caras que eu citei.

Então eu disse: “tenho que encontrar o meu caminho”. Porque quando você começa, a tendência é copiar ou tentar ser parecido com alguém que você goste, entretanto eu admirava muita gente, então não conseguia ser parecido com um só. Não achava que seria um bom cover de Bob Dylan, de Raul ou de Johnny Rotten. Eu tinha que achar um caminho que percorresse todas estas afinidades.

IR: No período entre Raulzito e o Camisa existiu alguma banda de Rock lá em Salvador?

MN: Na época dos Panteras (primeiro trabalho profissional de Raul Seixas em meados dos anos 60) tinham umas bandas por lá, mas que faziam versões, covers, etc. Com certeza o Camisa foi a primeira banda de Rock a surgir na Bahia que tinha um texto próprio. O próprio álbum “Raulzito e Os Panteras” tem versões. Tenho a impressão de que o primeiro texto do Rock baiano que não se limitou a fazer versões foi o meu.

IR: Em 1980 você decidiu montar o que se tornaria o Camisa de Vênus. Como se deu a convocação dos músicos para o Camisa?

MN: Muito por acaso. Eu conhecia Robério (Robério Santana, que se tornou o baixista do Camisa de Vênus) que trabalhava na TV Aratu, enquanto eu estava na rádio. Eu chamei Robério, que chamou Karl (Karl Hummel, guitarrista do Camisa), que chamou Gustavo (Gustavo Mullen, também guitarrista) e estava formado o Camisa.

Foi muito por acaso! Um conhecia o outro, que conhecia o outro, e ninguém se conhecia entre si. As coisas foram acontecendo de uma maneira totalmente anti-profissional.

O Camisa em estúdio preparando o próximo insulto.

IR: E neste começo da banda você ainda trabalhava como radialista?

MN: Sim.

IR: Quando você resolveu largar seu trabalho para ser músico em tempo integral?

MN: Quando achei que tinha chegado o momento de sair de Salvador. Nós já tínhamos feitos vários shows em Salvador, não tinha mais lugar pra tocar e eu não queria ficar me repetindo. Então percebi que naquela altura do campeonato, como já havíamos viajado principalmente para São Paulo e Rio, meu desejo de esculhambar com a Bahia já havia aumentado geograficamente, geopoliticamente, porque descobri que o Brasil é uma grande Bahia (risos).

IR: Qual foi a reação da imprensa e da opinião pública ao surgimento do Camisa?

MN: A imprensa ficou inteiramente chocada. Eles não sabiam o que dizer, como dizer e nem com abordar (Nota do Repórter: para não escreverem o “palavrão” em sua páginas, os jornais locais denominavam a banda de “Camisa de…”). É ridículo, porque na realidade nós estamos falando de uma banda que tinha um nome que era um sinônimo para preservativo; era só isso. Mas na época tinha uma conotação tão pornográfica, tão ofensiva, tão cheia de segredos e mistérios que eles não sabiam como colocar. Eles se sentiam constrangidos, o que era muito interessante do ponto de vista artístico, porque eu podia entrar e fazer algumas colocações em cima disso.

Outra coisa interessante foram os músicos da Bahia, que se mostraram absolutamente revoltados com a nossa falta de intimidade com a técnica musical, o que nos deu uma ótima brecha para contra-atacar. Porque naquela altura era realmente uma guerra. Éramos nós e eles, não havia meio termo. As pessoas ou adoravam o Camisa e queriam ir pros shows, ou as pessoas detestavam o Camisa. Não havia meio termo, o que muito me agradava, aliás.

IR: Como surgiu a oportunidade para a gravação do compacto “Controle Total/Meu Primo Zé”?

MN: Um baiano também, que se chamava Toninho, tinha um selo chamado NN Discos e disse que iria nos gravar. Eu achei que minha primeira gravação tinha que ser uma música que falasse exatamente sobre o que eu pensava da Bahia, e daí veio “Controle Total”, que era uma música que tomei emprestada do Clash com uma letra que falava da Bahia.

A partir daí veio o primeiro álbum, viemos para São Paulo gravar, e de uma hora para outra o disco que seria lançado por uma gravadora pequena acabou saindo pela Som Livre. Logo depois eu fui chamado para aquela famosa reunião da Som Livre, onde fui solicitado a mudar o nome da banda – porque caso contrário não iríamos pro tal do Chacrinha ou pro tal do Fantástico - e eu sugeri como novo nome “Capa de Pica”. Fomos expulsos da Som Livre e o resto é história. O Camisa se tornou a banda que se tornou.

IR: Quando foi que vocês perceberam que tinham atingido o sucesso?

MN: Quando vendemos 300 mil discos, começamos a tocar para as patricinhas nos Jardins (NR: bairro da elite paulistana), todas as músicas tocavam na radio, e a canção “Só o Fim”, do álbum “Correndo o Risco”, lançado em 1986, foi mais executada nas rádios brasileiras do que Madonna, que na época era o top da Warner.

Depois deste fato eu disse: “eu sou mais gostoso que Madonna. Está na hora de sair deste troço, senão vai ficar chato”. Um ano depois eu comuniquei aos outros integrantes da banda que eu estava saindo, que eles poderiam continuar com o nome e fazer o que quisessem. Eles acharam por bem não continuar, e a banda parou ali.

Marceleza e Karl em ação!

IR: Esta sua saída teve como motivo somente esta vontade de rumar para novos ares ou a relação entre vocês já estava meio abalada?

MN: Meio abalada não, estava completamente abalada. Bandas acabam porque ninguém se entende mais, caso contrário não acabariam. E isto vale para o Camisa de Vênus, para o RPM, Beatles e qualquer outra banda. Você tem os motivos individuais que levam a essa discordância generalizada, mas tem pessoas que se submetem a este tipo de situação, porque querem segurança, uma gorda conta bancária, enfim, garantias. E eu não queria garantia nenhuma, só queria seguir minha vida. Eu não iria passar o resto da vida numa banda. Banda é coisa para menino.

Naquela altura eu já tinha uns 35 anos e queria minha carreira de homem, individuo, sem banda. Banda é coisa para adolescente, que quer pertencer a um grupo, andar em bando, vestir jeans, usar camiseta preta, fazer parte de um clube. Eu não queria mais fazer parte de clube nenhum. Já tinha ido no clube, já tinha mijado na piscina do clube e já queria ir embora do clube.

IR: O “Duplo Sentido” (último disco da formação original do Camisa, lançado em 1987) contém a canção “Muita Estrela Pouca Constelação”, que foi sua primeira parceria com Raul Seixas. Como se deu esta junção entre vocês?

MN: Nós éramos fãs um do outro (risos). Eu estava no Circo Voador para tocar com o Camisa, e Juçá (Maria Juçá, organizadora dos shows no Circo) disse: “Raul vem te ver”. Eu não achei que era verdade, porque Raul esculhambava com todo mundo. Ele falava abertamente do Rock brasileiro, esculhambava com todas aquelas chamadas “grandes bandas dos anos 80” e tirava sarro da cara de todo mundo. Ele era impiedoso, então eu não acreditava que ele iria lá. Mas ele foi, subiu no palco e nós fizemos um medley de canções dos anos 50. A partir daí estabeleceu-se entre nós uma relação de amizade e de respeito, que desembocou no “Panela do Diabo” (NR: disco em que Raul e Marcelo assinaram juntos).

Nós não saímos correndo atrás de um disco para fazer e nem éramos uma dupla sertaneja. Nós éramos amigos, e esta amizade gerou uma admiração mútua. Não é à toa que não dividi mais nenhum disco com ninguém, não dividi o palco com mais ninguém, no sentido literal da coisa, e ele também não.

Apesar dele ter tido Paulo Coelho como parceiro – e compuseram grandes canções, os três primeiros discos tão aí para demonstrar isso – eu fui o único artista com quem ele dividiu um palco e fez uma turnê de 50 shows. Para que isto aconteça, é necessário que exista amizade, quer dizer, às vezes nem amizade é necessária se existir profissionalismo. No nosso caso existia amizade, respeito e profissionalismo mais ou menos (risos), porque às vezes um saia de uma cidade e outro de outra, um combinava uma coisa e não cumpria, etc. Então no nosso caso era muito mais por respeito mútuo e por amizade, que era verdadeira e que nos fez andar juntos por muito tempo. Seis anos andando juntos.

IR: Seis anos foi mais ou menos o tempo que o Camisa durou, correto?

MN: Exatamente. E as pessoas diziam: “Raul Seixas fez Marcelo acabar com o Camisa”. Tinha muita especulação, e eu achava isso engraçadíssimo, porque as pessoas precisam de uma explicação para a destruição do sonho da adolescência, que acaba e você tem que encarar a idade adulta, e às vezes perceber que seu pior inimigo não está do outro lado da rua. Às vezes você é seu pior inimigo. Então tinham essas coisas.

Marcelo e Raul numa emocionante disputa de "pedra, papel e tesoura".

IR: O seu primeiro disco com a Envergadura Moral (banda que acompanhou o início da carreira solo de Marcelo) traz uma sonoridade totalmente às avessas do que fazia no Camisa. Sua intenção foi mostrar outras facetas de Marcelo Nova?

MN: Basicamente isso. Ali eu era um cara que apenas queria soar diferente. Foi apenas isso.

IR: Depois do “Panela do Diabo” você lançou o que parece ser o primeiro disco 100% acústico da história, o “Blackout”. Como a idéia lhe ocorreu e você sabia que seria o primeiro?

MN: Eu estava fazendo uma turnê no início dos anos 90, e Collor de Melo (único Presidente da história do Brasil a ter sofrido um impeachment) confiscou as cadernetas de poupança de todo mundo, então uns seis ou oito shows que eu tinha agendado foram cancelados.

Fui para a estrada com um violão apenas, sem banda, eu e mais um músico, e era uma coisa para tocar em teatro, etc. Eu comecei a gostar daquela sonoridade, porque nunca tinha explorado isso. Sempre fui o cara da linha de frente, e de uma hora pra outra eu estava sentado numa cadeira tocando violão. Então comecei a achar que tinha algo ali no som que me interessava, e aí resolvi fazer um disco acústico quando era uma ousadia completa.

O presidente da gravadora disse pra mim: “você é maluco, rapaz, quem faz isso é sertanejo. Você é do Rock” (risos). Mas este é um dos meus problemas: eu estou sempre à frente da humanidade, pena que são só 10 minutos e os caras me pegam (risos). Aí a MTV veio e fez o negócio do “Unppluged”, e minha ousadia acabou virando fórmula. O mundo é traiçoeiro, cara (risos).

IR: No trabalho seguinte você pegou o “Blackout” e o virou ao avesso, sendo o “Sessão Sem Fim” um disco com músicas rápidas e guitarras distorcidas. Esta característica foi intenção desde o início ou as músicas foram ficando assim naturalmente?

MN: O “Sessão Sem Fim” foi um disco que eu queria fazer. Um disco de trombetas, tambores e tanques de guerra. Um disco alto, pesado. Eu tinha começado com um álbum no qual apenas queria soar diferente, depois fiz um disco com Raul, depois um acústico, e então quis fazer um disco que fosse uma retomada de um som que eu havia largado lá atrás, mas de uma maneira bem diferente, porque era menos condicionado a uma sonoridade dos anos 80, quando o Camisa começou.

Depois de 1986 eu me afastei daquela sonoridade dos primeiros discos do Camisa, que eu não gosto muito.

IR: Na primeira reunião do Camisa em meados dos anos 90, qual foi o objetivo de vocês? Qual foi o motivo de vocês terem se reunido?

MN: Talvez muito tempo sem tocar junto… Eu não lembro mais. Não penso muito sobre Marcelo Nova, pra falar a verdade. Minha memória em relação a ele é às vezes um tanto obscura.

Há muitos anos que não nos encontrávamos, e eu acabei juntando a banda que me acompanhava com eles. Na realidade, aqueles dois discos (o ao vivo “Plugado” e o de inéditas “Quem É Você”) deveriam se chamar “Marcelo Nova”, porque são discos que fiz com minha banda, mas como Karl e Robério estavam por ali, a gente resolveu fazer alguma coisa juntos. Entretanto, na verdade, o “Quem é Você”, se você prestar atenção, é muito mais parecido com o meu trabalho do que com o trabalho do Camisa.

IR: Por falar no “Quem é Você”, como você o situaria na discografia do Camisa?

MN: É difícil para eu fazer isso, porque ao mesmo tempo em que ele tem o nome do Camisa e tem integrantes do Camisa tocando – Robério e Karl estão tocando nele – ele não tem nada em comum com os álbuns anteriores do Camisa de Vênus. Ele é um disco muito mais voltado para uma sonoridade que naquela época eu estava desenvolvendo, do que para aquele velho Camisa, de “Bete Morreu”, “Eu Não Matei Joana D’ark” e “Silvia”, enfim, aquelas coisas que caracterizaram o Camisa. Eu vejo sempre o “Quem é Você” como um disco com o nome errado.

IR: Como se deu a participação do Eric Burdon (vocalista da lendária banda inglesa dos anos 60, The Animals) no disco?

MN: Eric é uma coisa boa, um bom brinde do destino. Eu era fã dele quando era menino, e por coincidência ele estava aqui enquanto eu gravava o disco. Fui assistir o show dele, convidei-o a ir ao estúdio e para minha surpresa ele quis ir. Achei que ele tinha sido aquele inglês educado, mas que não iria topar. Ele foi, gravamos e iniciou-se entre nós uma amizade e uma parceria que acabou conduzindo a outras coisas, como ele ter gravado musicas minhas em seu disco de 2004, “My Secret Life” (NR: Burdon gravou duas canções de Marcelo em seu álbum: “A Garota da Motocicleta”, que virou “Motorcycle Girl” e “Coração Satânico”, que virou “Devil Slide”).

IR: Um curiosidade: a música “Essa Linda Canção”, com participação dos Raimundos e que está no “Quem é Você”, foi uma versão meio abrasileirada de Rainy Day Women #12 35, de Bob Dylan?

MN: Aquilo é uma esculhambação! Aquilo não uma versão, é uma esculhambação completa. Aquilo é uma brincadeira. É que as pessoas ficam falando que é plágio. Plágio é de arrombar! Aquilo é uma esculhambação, plágio é pouco (risos). Diversão pura.

Tem uma história que é muito engraçada: eu fiz uma canção chamada “Só o Fim”, que não tem nada a ver com “Gimme Shelter” (NR: música dos Rolling Stones). Ela não tem nada ver com a letra de “Gimme Shelter”, não tem nada a ver com os acordes e tons de “Gimme Shelter”, mas quando chegou na hora do refrão, eu pensei: “eu posso fazer uma brincadeira aqui e colocar ‘ô crianças, isso é só o fim’”. Pronto, virou plágio: “Marcelo Nova plagia os Rolling Stones”! Isso é uma idiotice!

O videoclip desta canção começa comigo jogando a capa do “Let it Bleed” – disco que contém a tal música dos Stones - para cima, na Lagoa do Abaeté. Então às vezes eu fico impressionado com este desconhecimento das pessoas em relação ao que é plagio e o que não. Eu poderia ter feito um refrão qualquer, que não ia alterar em nada, porque eu só tinha pra dizer “ô crianças, isso é só o fim“. Poderia ter escolhido uma música obscura, poderia eu mesmo ter feito um trecho para aquilo, entretanto achei que ficava bacana botar os Rolling Stones ali, intencionalmente. Não foi por acaso nem nada, foi intencional mesmo. E não tem nada a ver! A letra é completamente diferente e a melodia também, mas como as pessoas associaram o “ô crianças”, com o “oh children”, então virou plágio.

Eu tenho que dar risada porque, afinal, crítico é igual a eunuco numa suruba: eles vêem fazer, eles gostariam de fazer, mas eles não podem (risos).

IR: Depois da gravação do “Quem É Você”, você demorou mais de 10 anos para soltar um novo trabalho de inéditas, o “Galope do Tempo”. Por quê todo este tempo?

MN: Porque eu só tenho que dizer alguma coisa na hora que tenho que dizer. Não quero me obrigar a ter que lançar disco para satisfazer mercado ou até para me auxiliar a vender mais show. Eu sé tenho que fazer na hora que eu decidir que chegou o momento. O Galope me levou 13 anos de composição, embora eu tenha lançado algumas coisas neste período, como discos ao vivo e uma caixa tripla, chamada “Tijolo na Vidraça”, que tinham algumas músicas inéditas.

Não foi um período de inatividade, mas do ponto de vista de um álbum autoral, o “Galope” foi sim uma volta ao processo de envolvimento com composição.

Capa do "O Galope do Tempo": 13 anos para ficar pronto.

IR: Na segunda reunião do Camisa, quando gravaram o DVD no “Festival de Verão de Salvador”, o acordo era fazer uns shows e terminar ou existia a possibilidade de mais um disco inédito?

MN: A idéia era fazer uns shows, que foi o que acabou acontecendo. O Camisa é meu autorama (risos). Eu gosto de armar a pista, botar os carrinhos pra correr, mas depois de dois dias perde a graça. É brincadeira de menino.

O Camisa foi minha primeira banda e eu tenho o maior orgulho de ter sido parte dela, de ter feito tudo o que fizemos juntos. Lembro de Robério, de Gustavo e de Karl, às vezes com raiva e às vezes com muito carinho, porque é normal entre homens este sentimento ambíguo: um dia você está de bode e quer chamar o cara de filho da puta e no outro você quer dar um abraço e dizer “pô cara, eu gosto muito de você, me desculpe não ter lhe dito isto antes”.

Então esse sentimento misto existe, é real. Mas o Camisa não é o somatório das nossas relações pessoais, o Camisa é uma banda musical. Gravamos canções, gravamos discos, e é por este viés que ele tem que ser analisado, e não se Marcelo Nova é um cara bacana ou é egocêntrico, ou se Karl é maluco, se Robério fala de mais ou de menos. Não é esse o ponto. O que quero dizer quando falei que o Camisa é meu autorama, é que ele está ligado diretamente ao meu início de carreira, quando eu sonhava em ter uma banda.

Eu já passei por isso há muito tempo. É divertido tocar com eles? Claro que é divertido. Entretanto eu não vou fazer disto minha carreira, pois é algo no qual eu já virei a página. Eu tenho orgulho, ótimas lembranças daquilo, mas eu não gosto de nostalgia. Eu nem consigo tocar as músicas do Camisa do mesmo jeito que elas eram. Não me interessa estar aprisionado no tempo, nos anos 80. Eu detesto isso!

Hoje minhas canções têm que soar como eu sou hoje e não como eu soava em 1932 (risos). Não tenho interesse nenhum por cover. Detesto cover, e cover de mim mesmo é pior ainda (risos).

IR: Um pergunta que eu sempre vejo os fãs fazendo sem nunca terem resposta: Por que o Aldo (Aldo Machado, baterista da formação original do Camisa) ficou fora das reuniões?

MN: Ele não participou das reuniões, porque se interessou de uma hora pra outra por Deus, pelo céu, pelo paraíso, e nós achamos que devíamos deixar ele com Deus. Basicamente foi isso.

IR: Qual sua opinião sobre esse retorno do Camisa com Eduardo Scott (vocalista da banda Gonorréia, contemporânea do Camisa em Salvador) no seu lugar?

MN: Eu acho que eles têm todo o direito. Músico precisa trabalhar. Uma banda não é de um integrante, ou de dois ou de três. Eles têm todo o direito, e desejo a eles boa sorte. Não posso dizer mais, até porque não ouvi nada, mas espero que eles consigam o que estão buscando.

IR: Quando te liguei pela primeira vez para marcar a entrevista, você pediu que eu retornasse no dia seguinte, porque estava ocupado em estúdio. Seriam estas sessões para o próximo disco de inéditas?

MN: São sim.

IR: Você poderia adiantar alguma coisa deste novo trabalho?

MN: Eu prefiro não falar muito porque, na música, não é bom falar sobre o que você ainda não escutou. Contudo, na verdade, são canções sobre os meus encantos e desencantos com relação ao sexo feminino. É um disco que fala sobre minhas reflexões e envolvimentos com o sexo feminino.

IR: Quando pretende soltar no mercado?

MN: Espero que daqui a uns três meses, mas não é muito bom ficar fazendo previsões, porque se chegar muito perto do fim do ano, é melhor deixar para o próximo.

Marceleza e sua companheira de estrada.

Este foi Marcelo Nova! Um artista que não se permite ficar em uma zona de conforto, que fala e faz o que é preciso quando é preciso.

O IMPRENSA ROCKER gostaria de agradecer o artista por se disponibilizar para esta entrevista, e espera que os leitores tenham gostado. O espaço para comentários é de vocês!

“E até chegar a minha hora eu vou com ele até o fim…” (Marcelo Nova & Raul Seixas)

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viva 3

FUMAND… OPS… APAGANDO AS VELINHAS! PARTE III
23 05 2010

Mais um domingo chegou, e eu estou certo que vocês sabem o que é que tem todo domingo, não? Que mané missa dominical nada! Hoje é dia de darmos parabéns aos rockstars que completam mais um ano de destruições de quartos de hotéis, bebedeiras e festinhas com groupies.

Vamos aos aniversariantes:

Bob Dylan: 24 de maio de 1941
Klaus Meine (Scorpions): 25 de maio de 1948
Jon Fogerty (Creedence Clearwater Revival): 28 de maio de 1945
Blaze Bayley (Wolfsbane /Iron Maiden /Solo): 29 de maio de 1963

Mais uma vez a semana está muito bem representada, por outro lado nunca foi tão fácil escolher quem ganhará a famosa biografia aqui no IMPRENSA ROCKER. Todos os artistas acima têm cacife para estarem aqui, mas não se pode negar que um entre eles se destaca. Aliás, ele se destaca entre todos os outros, em todos os tempos. É claro que o sortudo que terá a honra de ter sua história contada aqui é o inigualável Bob Dylan!

Bob Dylan nasceu Robert Allen Zimmerman na cidade de Duluth, Minnesota, e é neto de imigrantes russos judeus. Como a maioria dos adolescentes durante os anos 50, Bob ficou fascinado com uma música chamada Rock n’ Roll, tornando-se fã dos grandes da época, como Little Richard e Buddy Holly.

Quando ingressou na Universidade de Mineapolis, em 1959, Bob Dylan descobriu a Folk Music e ficou tão impressionado a respeito da vida e obra de Woody Guthrie, que chegou a visitá-lo em Nova Iorque no ano de 1961. O encontro com seu ídolo, que estava a beira da morte num hospital, foi o que Dylan precisava para mergulhar de cabeça na carreira musical.

Seu primeiro disco, intitulado apenas de Bob Dylan, saiu em 1962 e continha apenas folks tradicionais, entretanto seu segundo trabalho, The Freewhellin’, inteiramente com composições próprias, o consagrou como compositor e apresentou um dos seus maiores hits: Blowin’ in The Wind.

A partir daí, Dylan se tornou referência mundial na Folk Music, escrevendo canções que abordavam temas sociais e políticos, e que se tornavam sucessos instantâneos, entretanto em 1965 o artista chocou seu público: durante o Newport Folk Festival Bob Bylan se apresentou acompanhado de uma banda de Rock n’ Roll, o que se configurava numa heresia para os fãs do Folk, que o vaiou durante toda a apresentação.

Depois desta ruptura, e inspirado pelas bandas de Rock inglesas, especialmente os Beatles, Dylan foi se distanciando do Folk cada vez mais, o que fez com que fosse chamado de “traidor” pelos fãs do som antigo. O que ele fez para calar esta multidão? Simplesmente lançou alguns dos melhores álbuns da história da música, sendo desta época canções eternas, como Subterranean Homesick Blues, Like a Roling Stone, Just Like a Woman e Hurricane. Bob Dylan foi provocado com um peteleco e se vingou com uma bomba atômica!

Bob Dylan mostrou-se um gênio, um jovem na casa dos vinte anos de idade com uma capacidade sobrenatural de expressar os sentimentos humanos. “Ele é o Sheakspeare do Rock n’ Roll. A pluralidade com que disserta sobre os mais diversos sentimentos humanos não fica devendo nada à Sheakspeare”, exclama Marcelo Nova, cantor, compositor e fã de Bob Dylan.

Ao longo dos anos Bob Dylan seguiu lançando ótimos discos, arriscou-se todo o tempo, se converteu ao cristianismo e soltou alguns discos Gospel, se reaproximou de suas raízes judaicas, gravou álbuns Country, participou do supergrupo The Willburys Traveling – time que reuniu nada mais nada menos que George Harrison, Roy Orbinson, Tom Petty, Jeff Lynne e Bob Dylan – voltou ao Folk e ao Rock n’ Roll, e com o álbum Modern Times, de 2006, voltou a ser campeão de vendas.

Bob Dylan é a definição exata da palavra “artista”. Inquieto, sempre em busca do melhor, colecionador de brigas e em constante mutação, é uma referência entre as referências; influenciou e foi influenciado por gente, como os Beatles; derramou seu coração e alma sobre sua obra, que soma mais de 30 discos. Um artista de talento superlativo. O verdadeiro Rei dos Judeus!

O IMPRENSA ROCKER espera que vocês tenham gostado deste capítulo do FUMAND… OPS… APAGANDO AS VELINHAS. Semana que vem tem mais gente soprando as velinhas.

viva

FUMAND… OPS… APAGANDO AS VELINHAS!
11 05 2010

Inauguramos agora mais uma seção neste blog, que se dedicará a celebrar os aniversários dos grandes nomes do Rock n’ Roll. A cada sete dias publicaremos aqui os nomes e datas de nascimento dos rockstars que farão festas durante a semana, e faremos também uma pequena biografia do mais importante (é lógico que sou eu quem vai escolher quem é o mais importante. Mas vocês podem xingar se não concordarem).

Neste post de abertura estão apagando as velinhas:

Tom Petersson (Cheap Trick): 9 de maio de 1950
Sid Vicious (Sex Pistols): 10 de maio de 1957 (morreu em 2 de fevereiro de 1979)
Eric Burdon (The Animals): 11 de maio de 1941
Eric Singer (Kiss-Alice Cooper): 12 de maio de 1958
Jack Bruce (Cream): 14 de maio de 1943
C.C. DeVille (Poison): 14 de maio de 1962
Ian Astbury (The Cult): 14 de maio de 1962

Essa semana está bem difícil de fazer uma escolha. O maior ícone pop aí é o Sid Vicious, mas a história dele já está bem manjada, então vamos deixar a alma do coitado injetando as porcarias todas em paz no inferno e vamos para outro.

Apesar de ser muito fã do Kiss e do Cheap Trick (uma das bandas mais subestimadas da história), e adorar o Cream, o Poison e o The Cult, a grande honra de figurar como destaque neste blog fica para Eric Burdon. O cara está na estrada há mais tempo que todos os outros da lista (talvez empate com o Jack Bruce), continua cantando feito um maníaco e ainda por cima é amigo de Marcelo Nova.

Eric Victor Burdon foi vocalista e líder da banda The Animals – que alcançou sucesso mundial durante a British Invasion nos anos 60 com hits como Don’t Let Me Be Misunderstood e The House Of Rising Sun – e mais tarde do grupo War.

Ele foi o fundador dos Animals, uma banda originalmente formada em Newcastle no começo dos anos 60. Em 1966, o grupo se dissolveu e Burdon continuou como Eric Burdon and The New Animals. Esta formação durou até 1970, quando ele formou outra banda, a War. Burdon deixou o grupo em 1971 para seguir carreira solo. Os Animals se reuniram por pouco tempo durante 1976 e 1983, mas se separaram novamente.

No disco Quem é Você (1995), do Camisa de Vênus, Eric Burdon participa cantando um dos grandes sucessos de sua antiga banda, o clássico Don’t Let Me Be Misunderstood. A partir daí ele manteve uma amizade com o líder e mentor do Camisa, Marcelo Nova, e no seu disco mais recente, chamado My Secret Life, ele gravou duas músicas de Marceleza: A Garota da Motocicleta (que virou Motorcycle Girl) e Coração Satânico (transformada em Devil Slide).

Burdon continua a gravar e viajar em turnê por conta própria.

Semana que vem tem mais gente para apagar as velinhas em grande estilo!

terça-feira, 8 de junho de 2010


Gostaria de divulgar para todos vocês seguidores do nosso blog que no mês de Outubro a turma do então segundo período de Artes Cênicas da Federal de Pernambuco(minha turma)estará realizando,com data ainda não definida,o primeiro "Halloween de Cênicas"!Aguardem!!!!

terça-feira, 1 de junho de 2010

13 CANÇÕES P/ FILOSOFAR...

TOCANDO EM FRENTE

Renato Teixeira

Composição: Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe,
Eu só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder seguir
É preciso chuva para florir

Sinto que seguir a vida
Seja simplesmente
Conhecer a marcha
E ir tocando em frente

Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou

Cada um de nós compõe
A sua própria história
E cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora

All You Need Is Love

The Beatles

Composição: John Lennon & Paul McCartney

Tudo O Que Você Precisa É De Amor

Amor, amor, amor

Amor, amor, amor

Amor, amor, amor

Não há nada que você possa fazer que não possa ser feito

Nada que você possa cantar que não possa ser cantado

Nada que você possa dizer, mas você pode aprender como jogar o jogo

É fácil

Nada que você possa fazer que não se possa fazer

Ninguém a quem você possa salvar que não possa ser salvo

Nada que você pode fazer, mas você pode aprender como ser com o tempo

É fácil

Tudo o que você precisa é de amor

Tudo o que você precisa é de amor

Tudo o que você precisa é de amor, amor

Amor é tudo o que você precisa

Amor, amor, amor

Amor, amor, amor

Amor, amor, amor

Tudo o que você precisa é de amor

Tudo o que você precisa é de amor

Tudo o que você precisa é de amor, amor

Amor é tudo o que você precisa

Não há nada que você possa saber que não possa ser conhecido

Nada que você possa ver que não possa ser visto

Nenhum lugar onde você possa estar que não seja onde você quer estar

É fácil

Tudo o que você precisa é de amor

Tudo o que você precisa é de amor

Tudo o que você precisa é de amor, amor

Amor é tudo o que você precisa

Tudo o que você precisa é de amor

Tudo o que você precisa é de amor

Tudo o que você precisa é de amor, amor

Amor é tudo o que você precisa

Amor é tudo o que você precisa

Amor é tudo o que você precisa

Amor é tudo o que você precisa

Amor é tudo o que você precisa

Amor é tudo o que você precisa

(Ela te ama, yeah yeah yeah!)

Segredo da Luz

Raul Seixas

Composição: Raul Seixas e Kika Seixas

Os olhos verdes que piscam no escuro de céu
Filho da luz, fui nascido da lua e do sol!
Nas noites mais negras do ano eu mostro minha voz;
Estrelas, estrelas
As estrelas elas brilham como eu!
As nuvens vagueiam no espaço sem lar nem raiz
0 ódio não é o real é a ausência do amor
No fim é um grande oceano, mãe, mãe filho e luz...
Estrelas, estrelas
As estrelas elas brilham com nós!
As trevas da noite assustam escondendo o segredo da luz!
Da luz que gargalha do medo do escuro
Que é quando os meus olhos não podem enxergar!
Dia , noite,
Se é dia sou dono do mundo e me sinto filho do sol
Se é noite eu me entrego às estrelas em busca de um farol
Estrelas, estrelas,
As estrelas elas brilham como eu.
As trevas da noite...

Caminhos

Raul Seixas

Composição: Raul Seixas/Paulo Coelho

Você me pergunta
Aonde eu quero chegar
Se há tantos caminhos na vida
E pouca esperança no ar
E até a gaivota que voa
Já tem seu caminho no ar
O caminho do fogo é a água
O caminho do barco é o porto
O do sangue é o chicote
O caminho do reto é o torto
O caminho do bruxo é a nuvem
O da nuvem é o espaço
O da luz é o túnel
O caminho da fera é o laço
O caminho da mão é o punhal
O do santo é o deserto
O do carro é o sinal
O do errado é o certo
O caminho do verde é o cinzento
O do amor é o destino
O do cesto é o cento
O caminho do velho é o menino
O da água é a sede
O caminho do frio é o inverno
O do peixe é a rede
O do vil é o inferno
O caminho do risco é o sucesso
O do acaso é a sorte
O da dor é o amigo
O caminho da vida é a morte!

"E você ainda me pergunta:
aonde é que eu quero chegar,
se há tantos caminhos na vida
e pouquíssima esperança no ar!
E até a gaivota que voa
já tem seu caminho no ar!"

O caminho do risco é o sucesso
O acaso é a sorte
O da dor é o amigo
O caminho da vida é a morte!

Estranho no Ninho

Marcelo Nova

Composição: Marcelo Nova

A cada passo que dei
Apaguei as pegadas
Pra que nem eu soubesse
Como fazer pra voltar
Que a trilha do desafio
Nunca chegasse ao fim
E agora todo esse esforço
Parece estranho pra mim

Alguns amigos da estrada
Já não correm comigo
Seus sonhos e seus segredos
Já não correm perigo
Cruzes plantadas no chão
São as flores deste jardim
A morte exibe suas formas
Tão estranhas pra mim

Houve um tempo em que eu
Lhe conhecia inteira
E não havia poeira
Que eu não pudesse soprar
Mas ainda não sei
Como ficamos assim
Até a cor dos seus olhos
Hoje é estranha pra mim

As vezes penso que fiz
Alguma coisa importante
Que vai mudar num instante
O que sempre foi igual
Sinto que é a saída
Do que eu não estava a fim
Mas é somente a chegada
De algo estranho pra mim

Pessoas ficam me olhando
Com um sorriso estampado
Outras gritam e apontam
Erguendo o punho cerrado
Pensam saber da minha vida
Se sou bom ou ruim
Tantas mãos acenando
Todas estranhas pra mim"

A canção da morte

Marcelo Nova

Ei! pai morte estou voando para o ninho
nesta noite fria estou tão sozinho
Ei! velho pai sigo o seu caminho


irmão morte não chora mais nada
minha mae também ja descança calada
caveleiro morte por favor traga a espada


oh criança morte vá lamber sua sorte
sugar o ceio, beber sua morte
a dor se foi ficou o corte.


bela esposa morte sinto seu pedido
Ei vizinha morte ouço seu ruido
irmã morte doce é seu gemido


ei passaro morte bata suas assas
amante morte sua cova é raza
amiga morte eu vou para casa


velho avó morte seu cheiro eu não esqueço
professora morte eu lhe agradeço
por me mostrar que tudo tem seu preço


Ei pai morte mais um ades
vc me fez então meu deus
seus Traços agora são meus.

Noite

Marcelo Nova

Composição: Marcelo Nova

O vento chega, sopra seco e afiado
Vem batendo tão pesado, quer nocautear a noite
Dos quartos saem gemidos disfarçados
E arranha-céus desesperados
Apontam pra barriga da noite
Noite, talvez pelo seu tamanho
Me faz sentir um corpo estranho
Não lhe posso pertencer
Noite, eu lhe adoro e lhe detesto
Mas me conformo com o seu resto
O dia que vai nascer
Carros possuem olhos sempre acessos
Atropelam qualquer medo, buzinando nos ouvidos da noite
Mendigos com seus passos vagabundos
De remorsos tão profundos, cospem na cara da noite
Noite, talvez pelo seu tamanho
Me faz sentir um corpo estranho
Não lhe posso pertencer
Noite, eu lhe adoro e lhe detesto
Mas me conformo com o seu resto
O dia que vai nascer
Gritos, cortam o peito do silêncio
Murmúrios de nervos tão tensos
Ecoam na calada da noite
Prostitutas de insônia atrevida
Com corujas escondidas
Em baixo das saias da noite
Noite, talvez pelo seu tamanho
Me faz sentir um corpo estranho
Não lhe posso pertencer
Noite, eu lhe adoro e lhe detesto
Mas me conformo com o seu resto
O dia que vai nascer
Chuva de água mole em pedra dura
Viaja em nuvens tão escuras
Urinando na boca da noite
Cães vadios rosnam por sua fatia
E vingam sua hidrofobia,
Mordendo as pernas da noite
Noite, talvez pelo seu tamanho
Me faz sentir um corpo estranho
Não lhe posso pertencer
Noite, eu lhe adoro e lhe detesto
Mas me conformo com o seu resto
O dia que vai nascer

O Deus de Deus

Marcelo Nova

Composição: Marcelo Nova

Após ter criado
O céu e a Terra
Deus parecia cansado
Tantos raios perenes
De fúrias e luz
De noites escaladas
Distantes azuis

Deus andava mesmo
Excessivamente preocupado
Então Deus perguntou a seu Deus
Se ele abençoaria este mundo
Mas só obteve como resposta
Um silêncio profundo

Deus disse "Senhor"
Vois que sois o meu Deus
E criastes a mim
Vós que sois o mais justo
O bem infinito
Não me deixe pra trás
Nâo sufoque meu grito

Era verão
E deus não conseguiu dormir
Em seu próprio jardim
E vieram animais
Serpentes, pardais
As portas do paraíso

Dia e noite ocupado
Um ser obcecado
Como um Deus que
Perdeu o juízo

Do barro esculpiu
Deu forma e cospiu
Sua obra de arte
Inspirado em processo
Arrancou-lhe a costela
Pra que outra mais bela
Pudesse criar

E pela primeira
E ultima vez
Deus chorou de emoção
Mas estava exausto
E não quis entender
O que chamou de pecado

Que a Terra seja maldita
Eu não quero vocês
Aqui do meu lado
Como criaturas que escapa
Ao controle do seu criador

Exertados que foram
De ódio e vingança
Não gostaram da imagem
Nem viram semelhança

Os animais acharam
Que seu Deus não era justo
Então Deus perguntou a seu Deus
Tantos tempo esforço pra que
E pensou como seria
Se talvez um dia
Ao menos pudesse entender

Faça a Coisa Certa

Marcelo Nova

Composição: Marcelo Nova

"Que coisa é essa que lhe arranca da cadeira
Lhe põe de pé e faz você partir
Mas que também lhe traz de volta e nessa volta
Você pergunta como é que pode ir

Que coisa é essa que não dá explicação
Nem sempre justa e quase sempre radical
Que toma e leva e foge pela contramão
Você não tem happy end no final

O café está frio, os papéis estão voando
A casa está deserta e ninguém mais sabe fazer a coisa certa

Que coisa faz você cumprir a sua sina
Que lhe ensina a sentir medo de tentar
Se é o acaso que lhe espera lá na esquina
E é com ele que você vai se tentar

Que coisa faz você queimar como um cometa?
Já lhe desperta antes mesmo de dormir
Que engole e suga como uma boceta
Espreme e prende pra lhe fazer explodir

Que coisa é essa que puxa o seu tapete
Quando você se prepara pra voar
Tão intensa e violenta quanto a vida
Tal qual a morte não se pode evitar

Que coisa é essa estampada em sua face
Não se assuste por não poder controlar
Pois o mal cheiro onde quer que a gente passe
Vem de um perfume que nós ainda vamos usar"

Acredito No Amor

Nasi

Acredito no amor
Sem contratos e convenções
Acredito no amor
com desvios e contradições
Como uma pluma ao vento
um impulso violento
Algo que ninguém
Consegue nem bem explicar
Acredito no amor
Nem que seja apenas uma noite de amor
Ouvir e repetir
Dia e Noite sem parar
Um cinto salva-vidas
Pra solidão não te afundar
Da boca pra fora tudo pode te engolir
Mas não estou louco!
Eu sinto, eu vivo, estou aqui!
Acredito no amor
Nem que seja apenas uma noite de amor
De olhos bem fechados
Como parte de uma dança
São notas musicais
Um sentimento que avança
É um aprendizado que ninguém jamais alcança
É cumplicidade, muito mais que uma aliança
Acredito no amor
Nem que seja apenas uma noite de amor
Seja como for eu acredito no amor

Intuição

Oswaldo Montenegro

Composição: Ulysses Guimarães

Canto uma canção bonita,
Falando da vida, em 'Ré maior'.
Canto uma canção daquela
De filosofia,
Do mundo bem melhor.

Canto uma canção que agüente
Essa paulada, e a gente
Bate o pé no chão.
Canto uma canção daquela
Pula da janela
Bate o pé no chão.

Sem o compromisso estreito
De falar perfeito,
Coerente ou não.
Sem o verso estilizado,
O verso emocionado
Bate o pé no chão...

Canto uma canção bonita
Falando da vida, em 'Ré maior'.
Canto uma canção daquelas
De filosofia,
E mundo bem melhor

Canta uma canção que agüente
Essa paulada, e a gente
Bate o pé no chão.
Canto uma canção daquela
Pula da janela
Bate o pé no chão.

Sem o compromisso estreito
De falar perfeito,
Coerente ou não.
Sem o verso estilizado,
O verso emocionado
Bate o pé no chão...

Canto o que não silencia
É onde principia a intuição
E nasce uma canção rimada
Da voz arrancada
Ao nosso coração

Como, sem licença, o sol
Rompe a barra da noite
Sem pedir perdão!
Hoje quem não cantaria
Grita a poesia
E bate o pé no chão!

E hoje quem não cantaria
Grita a poesia
E bate o pé no chão!

Sem o compromisso estreito
De falar perfeito,
Bate o pé no chão
Sem o verso estilizado,
O verso emocionado
Bate o pé no chão...

Canto uma canção bonita
Falando da vida, em 'Ré maior'.
Canto uma canção daquela
De filosofia,
Do mundo bem melhor.

Canto uma canção que agüente
Essa paulada, e a gente
Bate o pé no chão.
E hoje quem não cantaria
Grita a poesia.
Bate o pé no chão...

A Lista

Oswaldo Montenegro

Composição: Oswaldo Montenegro

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

Porra Mano!

(Zé Geraldo)

Eu acredito piamente em Deus

não consigo mais acreditar nos homens

o homem

outrora único animal inteligente

se especializou em fazer guerras

invadir, matar, destruir

tanto faz

pelas ruas do oriente

numa esquina do ocidente

tanto faz

se mata em nome de Deus

se morre em nome da paz

eu vi no jornal e na televisão

um cidadão formado numa grande universidade

alto QI

eu vi

no jornal e na televisão

o cara mostrando sua ultima invenção

uma arma moderna com alto poder de destruição

pra que? Pra matar seu próprio irmão

eu acredito piamente em Deus

não consigo mais acreditar nos homens

cada dia mais e mais

mulheres, crianças, velhos e moços

defendem seu pão

arrastando carroças pelas ruas do país

e bem aqui embaixo do nosso nariz

um pobre coitado dormindo na rua

é atacado e morto a paulada

de tocaia em plena madrugada

porra mano

porra mano

-A SEGUIR ALGUNS DISCOS DE ONDE FORAM TIRADAS AS FAIXAS ACIMA ALÉM DE OUTRAS PÉROLAS PRA SI ENFEITAR O AUTOCONHECIMENTO. Célio limA.


CÉLIO LIMA.
sociedadefdp@bol.com.br