quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O DISCO SOLO DE LIRINHA...





Primeiro disco solo do cantor Lirinha já está disponível na internet, grátis
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR 
11/09/2011 | 13h28 | Pós-Cordel



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Lirinha. Imagem: André Vieira/ Divulgação
André Vieira/ Divulgação


Assista ao vídeo
Ouça a música Sidarta, do cantor Lirinha. Crédito: José Paes Lira/ Divulgação

A partir deste domingo, o mundo será testemunha da reinvenção de um artista. É quando José Paes de Lira, o Lirinha, disponibiliza para download as músicas de seu novo álbum. Mais pop que nunca, Lirafica melhor a cada audição e já chega como sério candidato a melhor álbum do ano. Suas doze faixas refletem a necessidade de demarcar um novo território, ao mesmo tempo em que revelam um eficiente trabalho de estúdio. É o trabalho mais pessoal de Lirinha, que, por inquietações estéticas, encerrou o Cordel do Fogo Encantado em fevereiro de 2010.
A expectativa em torno do trabalho solo aumentou com o anúncio da banda, um power-trio formado por Pupillo (Nação Zumbi), Bactéria (ex-Mundo Livre) e Neilton (Devotos). Além de tocar uma bateria stand-up (com três tons), Pupillo assina a produção, mixada em Paris.
As participações são mais que especiais: Otto e Ângela Rô Rô cantam em Valete; Fernando Catatau (Cidadão Instigado) e Miguel Marcondes (Vates e Violas) tocam violões em Sidarta; em sua última gravação em estúdio, Lula Côrtes toca tricórdio emAdebayor; outros convidados são Bozó, Maestro Forró, Sidclei e João Diniz Paes de Lira, filho de Lirinha. O álbum também demarca uma nova fase de Lirinha como cantor, mais contida e livre para experimentar novos timbres e texturas. “Tudo isso é muito novo pra mim. São canções melodiosas, tive que me reinventar como intérprete”.
Por mais ostensivo que fosse o culto dos fãs do Cordel, Lirinha sempre foi maior que o grupo. Em seu processo de rompimento, o regionalismo deixou de ser central para ser um elemento a mais em sua música. O compromisso com a poesia, no entanto, continua visceral.
Lira parte de uma vontade urgente de soar diferente. Arrisca e acerta. Tem muito de viciante. Mas principalmente, aponta para a importância de mudar, para que continuemos a nos reconhecer.

Entrevista >> Lirinha: “É a primeira vez que faço uma poesia tão pessoal”
 
Você está lançando material na internet no 11 de setembro, uma data bastante simbólica…
Na verdade não procurei uma data especial. Desde que terminamos o disco, já tinha o plano de lançá-lo na internet 15 dias antes do lançamento do CD, em outubro, e do primeiro show, que será em Natal. Escolhi o 11 de setembro, que marca a emancipação de Arcoverde e de uma série de cidades vizinhas. Sei que é também uma data impossível de desvincular do ataque às Torres Gêmeas. Mas é um dia de desfiles em Arcoverde, então, vou ajudar a enfeitar isso.

Lira conta com ótimos músicos. Como foi a criação?
Foi difícil sair de um grupo estabelecido, de agenda cheia, para outro esquema, onde nada estava armado. Quando comecei a construir as melodias, me juntei com Pupillo e pensamos como usar a linha de baixo, sintetizadores. Daí parti para o trabalho de letras, tocava todas as músicas em casa. Tudo levou um ano e meio.

As músicas refletem anseios atuais ou algo annterior?
Esse trabalho tem uma mudança de conteúdo muito forte. É a primeira vez que faço uma poesia tão pessoal, com o meu olhar. No Cordel não me sentia nesse direito, pois era parte de um grupo. Agora me sinto em total liberdade e muito instigado a usar outros recursos de escrita. As composições são atuais.

A sonoridade é bem diferente do que você fazia com o Cordel. Por que se “desgarrou”? 
Para encontrar a minha própria música. Fui pra um interior meu e nunca me senti tão autor. Por outro lado, minha lógica poética continua ligada a uma escola primeira, a dos cantadores. O exercício de ruptura vem ocorrendo há anos, desde que incorporei João Cabral, Alberto da Cunha Melo e as minhas próprias letras. 

Com o componente geográfico superado, que lugar você sente ocupar?
Estamos na década de 10, algumas discussões estão superadas. Nos anos 1990, tínhamos a necessidade de diferenciação territorial, devido à globalização e o surgimento da internet. E a música tinha objetivo de levantar bandeiras, por exemplo, misturar eletrônico e regional, para mandar o recado de ser cosmopolita e raiz. Isso foi perdendo o sentido, hoje fazemos música com todos os elementos possíveis, sintetizador, piano acústico, guitarra. Tudo está em transição. 

Você tem shows marcados em Natal e São Paulo. Quando se apresenta no Recife?
Recife é forte, é a nossa casa. Quero chegar em novembro, com o show mais maduro.
Por André dib, do Diario de Pernambuco

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