terça-feira, 18 de outubro de 2011

CIDADÃO COMUM


Não nasce num berço de ouro.
não escolheu ter vindo ao mundo .
tem suas decisões sempre tomadas por alguém que não seja ele mesmo.
indigna-se com a política.
ri, da mesma, sem saber que a piada o afeta diretamente.
apropria-se de um discurso auto-depreciativo.
vende seu voto, e logo se vê, criticando a corrupção.

ele não tem culpa.
é mais um alienado.
vítima do medo, da mídia, do Estado.
seu senso crítico ainda é um gameta que sempre padece ao ser ejaculado.
o cidadão comum é vítima de si mesmo.

seus vícios são necessários, porém entorpecentes:
cestas básicas, bujões de gás, bicadas.
por vezes mente para se manter.
e poucos tentam vida pública para mudar algo.
como ingênuos natos, e corruptíveis por ensino
a maioria se torna aquilo que mais odeia.
um oprimido chega a opressor.
invalida-se, considerando-se válido.
coerção, liberdade, status, ascensão.
de onde veio nem se lembra
e quando porventura acontece, almeja esquecer.

Tento ser complacente, mas não adianta: eles não têm mais perspectiva.


                                                                            Mikhail Gorbachiov 

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